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Gamela

Artefact, Individual Thing, Endangered, Produced, Craft Workshop, Polymers, Decades

Socio-cultural Data

Historical Uses

O arqueólogo Carlos B. Almeida, que dedicou vasto e meritório trabalho ao vale do Neiva, refere que nestes povoados castrejos, a profissão de gameleiro era muito comum. Nessa altura, as gamelas eram produzidas a partir de amieiro ou de choupo, devido à leveza e à facilidade em trabalhar estas madeiras. Estas gamelas, que estiveram na origem da escudela medieval, eram produzidas sob variadas dimensões, sendo utilizadas numa grande diversidade de utilizações, excetuando o facto de não poderem ser usadas sobre o fogo. Apesar de faltarem registos arqueológicos nestes povoados castrejos, devido ao facto da madeira ser facilmente degradável, a presença destes artefactos na região do vale do Neiva pode ser confirmada por duas vias: a documental e a etnográfica. Há documentos históricos que comprovam que as comunidades castrejas já se dedicavam à produção de gamelas de madeira. Por exemplo, Estrabão, historiador e geógrafo da Antiguidade, refere que estes povos “usam vasos lavrados em madeira, como os keltoi” (Almeida, 2006:81). A via etnográfica é aquela que chegou aos nossos dias por via do artesanato e das tradições que passaram de geração em geração. Não esqueçamos que estávamos perante uma comunidade organizada e hierarquizada segundo o sistema gentílico, baseada nos laços de sangue e na passagem de testemunhos de pais para filhos. Regime esse que se prolongou pela Idade Média e ainda se fazia sentir até há pouco tempo. Etnograficamente, a produção de gamelas atravessou muitas gerações e esteve patente em Vila Chã, Forjães e Palme, através de uma série de famílias que se dedicavam ao fabrico destes recipientes até há pouco tempo (Almeida, 2006). Por aqui se conclui que a produção de gamelas não é uma atividade exclusiva de Palme. Pelo contrário, os gameleiros são uma profissão milenar, que esteve ligada às comunidades castrejas muito presentes no norte de Portugal. “ (http://freguesiapalme.blogspot.com/2016/09/as-gamelas-de-palme)

Historical Impact

has been used in domestic contexts and sold locally

Present Uses

Decoration or fruit and vegetable storage, Bread making and fermentation

Present Impact

available in various shops, used and requested for interior decoration and sometimes for usage.

Other Fascinating Facts

1) Made from a monomaterial, directly cut and processed. 2) The source of production was difficult to locate. The artefact is sold by several resellers, but only a few or one artisan (?) is actually producing these items.

Technical Data

Class of Material

Polymers

Processing methods · Image / Video / Audio (.jpg, .png, .mp4, .mp3 up to 30MB)

Author(s) of process or recipe

Abilio Velaça

Bio-temporal-geographical Data

Place of Origin · Image / Video / Audio (.jpg, .png, .mp4, .mp3 up to 30MB)

Residence time (How long does the matter/material/artefact stay in an unaltered state in the location/context/system before it decay?)

Decades

How does the item affect the environment in which it exists?

Nourish it

Ontological-cosmological Data

raw and pure

How would you like to be with this artefact/material/living thing/matter?

I like to use it everyday

How does transforming this artefact/material/living thing/matter transform you?

It fascinates how this artefact, being carved out of a tree without any process of transformation. But still it transforms itself during the carving process from a heavy raw material into a lightweight, yet visually strong artefact.

What can humans give back to this artefact/material/living thing/matter?

respect